Há uns séculos, alguém decidiu inventar uma maneira de escrever danças em papel para depois passar a outras pessoas para aprenderem essas danças de cor. A dança transformava-se num desenho e numa língua que era possível ler e passar novamente para o corpo de outra pessoa. Do corpo para o papel, do papel para o corpo. Era como “dançar” uma língua e “falar” uma dança, sem se perceber muito onde começa uma e onde acaba a outra.
Coreografia em Sala de Aula é uma versão da peça Coreografia de João dos Santos Martins para uma sala de aula. A peça constrói-se estabelecendo relações entre as línguas oral, gestual e escrita, criando estratégias de reconhecimento de gestos através da intuição e de uma relação viva entre regimes de conhecimento e sensoriais.
coreografia
João dos Santos Martins
interpretação
Adriano Vicente
produção
Materiais Diversos
produção executiva e administração
Lysandra Domingues e Sofia Lopes/Associação Parasita
produção
Associação Parasita e Association Mi-Maï
coprodução
Alkantara, Associação Parasita, Centro Cultural Vila Flor, Materiais Diversos
residências artísticas
Espaço Alkantara, Centro Cultural Malaposta, Estúdios Victor Córdon, 23 Milhas - Ílhavo
agradecimentos
Sandra Gorete Coelho, Materiais Diversos
Coapresentação projecto Gymnasium / casaBranca.
duração
40 min.
M/3
João dos Santos Martins (Santarém, 1989) tem articulado a sua prática entre a criação coreográfica, geralmente desenvolvida em processos colaborativos, e a interpretação em dança de trabalhos de artistas como Moriah Evans, Xavier Le Roy, Eszter Salamon e Ana Rita Teodoro, entre outros. O seu interesse pelas genealogias da história da dança, processos de transmissão e a aliança entre prática e discurso levou-o a criar, juntamente com Ana Bigotte Vieira, um dispositivo para o mapeamento coletivo da dança em Portugal — Para uma Timeline a Haver — e a fundar um jornal semestral — Coreia — dedicado a escritos de artistas e sobre as artes. Esporadicamente, faz curadoria.
Adriano Vicente (Lisboa, 1991) é bailarino e performer. Iniciou a sua formação em dança, em 2007, no Quorum Academy, fazendo parte de vários espetáculos promovidos pela academia. Em 2013 integrou o curso PEPCC do Fórum Dança, em Lisboa, que abandonou para ingressar na P.A.R.T.S., em Bruxelas, onde estudou durante 3 anos. Em 2016, foi intérprete da peça Dawn de Marten Spanberg, criada para o festival Impulstanz, em Viena. Desde então tem colaborado em diferentes projetos, dos quais Louisianna e The Olympics de Nikima Jagudajev, 2018 de André e. Teodósio e Xtraordinário da companhia Teatro Praga. Para além destes trabalhos, colabora ainda com o DJ Audiopath num projeto que tenta aliar a música eletrónica, a dança e o corpo.